17/09/2014

Estado empreendedor (89) – A saga do «Atlântida» (actualização e epílogo?)

Recorde-se que o Governo Regional dos Açores, presidido pelo socialista Carlos César, encomendou o «Atlântida» e modificou o projecto para a seguir recusar aceitar o navio construído pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo por não cumprir os requisitos de velocidade em consequência dessa alteração (menos um nó = 1,85 km/h, uma diferença ridícula que cheira a pretexto para esconder uma qualquer manobra).

Recorde-se igualmente que o governo socialista de José Sócrates anunciou por várias vezes a venda do navio ao amigo falecido coronel Chávez - uma dessas vezes em que a negócio foi dado como fechado o preço anunciado foi de 42,5 milhões.

E chegamos assim a Abril passado quando a empresa pública açoriana Atlanticoline, a quem se destinava o navio, requereu ao tribunal a venda imediata do navio, do qual é fiel depositário a empresa ENVC, por 20 milhões, metade do preço de construção, para se ver ressarcida dos adiantamentos que pagou. Com esta execução pela Atlanticoline, esteve ameaçado o concurso público internacional para venda do «Atlântida», mas a coisa lá se conseguiu desatar. Abertas as 3 propostas, a mais elevada foi de 13 milhões de um armador grego que venceu o concurso mas esgotou todos os prazos para exercer a compra.

E assim chegamos (talvez) ao epílogo da saga, com a compra pela Douro Azul por 8,7 mil milhões de euros do «Atlântida» - uma espécie de navio-almirante da incompetência e negligência do socialismo socrático. Se terminar, esta saga, como todas as sagas socialistas, deixará um basto prejuízo: de um custo para os ENVC que ultrapassou os 40 milhões até 2009, talvez se recuperem, na melhor hipótese, menos de 9 milhões.

ADITAMENTO: Segundo as contas do Expresso, «contando com os custos associados à dissolução do contrato, o prejuízo ascendeu a 70 milhões de euros.»

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