O camarada Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, fez ontem várias críticas a propósito do BES e do seu processo de recuperação. É difícil não concordar com «empurram todos uns para os outros as responsabilidades e fazem-se de mortos ou vêm dizer que nada sabiam, depois de muito terem perorado acerca da solidez do banco». São as consequências das promiscuidades resultantes de um capitalismo corporativista que é como que um capitalismo a caminho do socialismo como pretende a Constituição.
Jerónimo de Sousa acusa também Fernando Ulrich «o tal banqueiro do ‘ai aguenta, aguenta’, … (que) sabia tanto e também se fez de ‘morto’ à espera de deitar a mão à presa». Infelizmente para as suas críticas, que devemos separar do camarada, Jerónimo de Sousa é o dirigente máximo de partido que «deitou a mão à presa», comandando em 1975 o assalto aos bancos, ao sistema financeiro em geral, à agricultura e às maiores empresas industriais, assalto de que resultou ficarem nas mãos do «Estado Socialista» mais de 30% do valor acrescentado bruto, com os resultados conhecidos nos 10 anos seguintes que incluíram duas bancarrotas e a destruição da economia.
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