Perdido no meio de um retrato de Maria Luís Albuquerque - «A nossa Merkel» é o título - com 8 páginas na Única do Expresso, há um episódio obscuro que explicaria a falta de confiança da equipa de Sócrates em Maria Luís. «Ela passa(va) informação» a Passos Coelho que a usaria para confrontar o governo de Sócrates. E de que informação se trataria? Sobre as manobras do governo de parceria com os Espírito Santo para tomar de assalto o BCP? Sobre as manobras do governo de parceria com os mesmos e a PT para tomar de assalto a TVI? Sobre as manobras do governo para a PT trocar a participação na Vivo por uma participação numa monstruosidade chamada Oi e pagar um belo dividendo extraordinário aos mesmos Espírito Santo? Nada disso. A informação era «sobre o endividamento das empresas públicas».
Não é extraordinário que o governo Sócrates considerasse confidencial, digamos, informação sobre a dívida cada vez mais pletórica das empresas públicas, uma informação por natureza pública e constante de variada documentação oficial? Seria extraordinário, não fosse tratar-se de um governo especializado em manipular informação e, por isso, na circunstância, era um fenómeno absolutamente ordinário e explicável porque a informação pública era apenas sobre uma parte da dívida das empresas do sector empresarial do Estado, como de resto depois se confirmou quando por força das instruções do Eurostat essa dívida foi sendo adicionada à dívida pública.
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