18/07/2014

CASE STUDY: Um minotauro espera a PT no labirinto da Oi (13)

[Outras esperas do minotauro: (1), (2), (3), (4), (5), (6), (7), (8), (9), (10), (11) e (12)]

Como repetidamente se escreveu no (Im)pertinências, a venda da Vivo em troca da parceria com a Oi foi um desastre para a PT e para o país. Foi o desastre que já se viu, o desastre que se está a ver e o que ainda se há-de ver.

Se quisermos um indicador das proporções do desastre que já se viu para a PT basta comparar a capitalização bolsista por alturas da OPA da Sonae – inviabilizada pela associação espúria entre o governo socialista de José Sócrates e o GES – e a actual. Pelo caminho ficaram quase 10 mil milhões de euros ou mais de 80% do valor da PT há 6 anos.

O desastre que se está a ver é apenas a continuação por outros meios das consequências da instrumentalização da PT pelo GES: compra pelo menos desde 2012 de papel comercial de empresas para adiar o reconhecimento da falência de empresas tecnicamente falidas do GES no valor de milhares de milhões de euros. Consequências que a Oi e os interesses igualmente espúrios que nela se acoitam não hesitaram em aproveitar para forçar a renegociação da participação da PT na CorpCo que resultará da fusão, a qual foi reduzida de 38% para 25,6%.

Às famílias do GES, e em especial a Ricardo Salgado, temos assim de imputar não apenas as responsabilidades pela falência do seu grupo, pelos danos reputacionais ao BES, pelo agravamento dos riscos do sistema financeiro português, pelos danos à economia portuguesa, mas ainda em particular pelos danos causados ao valor e à reputação da que em tempos terá sido a empresa portuguesa mais internacional e mais prestigiada.

E temos igualmente de imputar responsabilidades aos múltiplos factótuns que serviram os interesses do GES e muito em particular a Francisco Granadeiro com os seus despachos das quartas-feiras no gabinete de Ricardo Salgado.

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