02/06/2014

CASE STUDY: De como o TC ajuda a economia, segundo um paper de João Maynard Galamba

João Maynard Galamba da Mouse Square School of Economics, que «frequentou um doutoramento em Filosofia Política na London School of Economics» e é talvez o maior teórico no keynesianismo entre nós (e não é dizer pouco porque keynesianos entre nós são mais do que os economistas),  publicou hoje no blogue do Expresso mais um dos seus papers com o inimitável título «O TC salva, o governo destrói», onde nos ilumina com a tese: «para além de garantir os nossos direitos e assegurar que Portugal se mantém um Estado de direito democrático, o Tribunal Constitucional ainda consegue a proeza de dar uma ajudinha à economia».

Créditos: Across the Street
E em que consiste a ajudinha do TC à economia? Elementar, meu caro Keynes. Ao impedir o governo de fazer mais uns cortes nos salários dos funcionários públicos, o TC irá colocar todos os meses nos bolsos destes mais umas dezenas de milhões de euros.

Com os bolsos assim melhor forrados, o que farão os funcionários públicos? Elementar, meu caro Keynes. Irão salvar a economia gastando esse dinheiro inesperado para jantar fora mais vezes, comprar pares de calças, pagar as prestações do carro novo, fazer umas férias em Punta Cana, comprar uns smartphones para os filhos. O carro, as férias e os smartphones contribuirão para salvar a economia, por exemplo, da Alemanha, da República Dominicana e da Coreia do Sul, respectivamente.

E os jantares e o par de calças irão salvar a economia portuguesa? Segundo a tese de Maynard Galamba, sem dúvida alguma. Mais devagar. De onde virá o dinheiro para os jantares e as calças com que os funcionários públicos salvarão a economia portuguesa? Conjecturemos o mais provável que virá do aumento do IVA e, nesse caso, ou no de qualquer outro imposto que compense o aumento da despesa pública, de onde virá o dinheiro? Elementar, meu caro Watson. Virá dos bolsos dos contribuintes que não são funcionários públicos os quais, vendo-se aliviados de mais uns cobres, irão jantar fora menos vezes e continuarão mais um tempo com as mesmas calças na mão, diminuindo assim a procura e, diria Maynard Galamba, incrementando os efeitos nocivos da austeridade.

Simples, não?

3 comentários:

  1. O problema é que o povo acredita piamente nos keynesianos, e a nossa comunicação social além de diariamente difundir as ideias, nunca as confronta.

    Se fosse verdade a teoria galamba, o Fidel aumentava os salários dos cubanos e o dinheiro em circulação aumentava, dinamizando a economia (para mais uma economia fechada), levando a novos aumentos de salários rumo á economia mais próspera do mundo.

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  2. Galamba frequentou um doutoramento em Filosofia Política; Sócrates parece ter ido a Paris frequentar um curso de Filosofia. Ambos deviam seguir a recomendação do governador do Banco de Portugal e estudar um pouco de Economia!

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  3. A análise do Tudólogo Galamba estaria absolutamente correcta (em abstracto) num modelo de economia Estatizada em que todos fôssemos funcionários públicos. A prática já comprovou a falência do modelo... aí por volta de 1989. A Universidade do Rato anda a guardar as Sebentas das cadeiras de economia na mesma gaveta onde o tio Mário guardou o Socialismo...

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