19/05/2014

ACREDITE SE QUISER: E ninguém se ri?

António José Seguro, o líder do PS, o partido com maiores (mas não únicas) responsabilidades pela bancarrota do Estado,  único com aspirações a governar em alternativa à coligação PSD-CDS, apresentou as linhas gerais do futuro programa de governo com 80 compromissos dos quais apenas se conhecem 15.

Esses 15 compromissos para governar um país que, recorde-se, acaba de sair de um programa de resgate com uma dívida pública (líquida) duas vezes a máxima admitida no Tratado europeu, programa negociado e assinado pela mão do seu antecessor líder do PS, dividem-se em quatro grupos:

Compromissos encantatórios sem quaisquer consequências práticas mensuráveis
  • 4) lutar contra a fraude e a evasão fiscal 
  • 5) estabelecer um acordo de concertação estratégica 
  • 6) apresentar um plano de reindustrialização do país 
  • 7) criar uma estação oceânica internacional nos Açores 
  • 8) celebrar um pacto de emprego 
  • 10) separar o público e o privado no Serviço Nacional de Saúde 
  • 14) promover a reforma do Estado 
  • 15) lutar por uma nova agenda para a Europa 
Compromissos que reduzem as receitas do Estado
  • 1) acabar com a TSU dos pensionistas 
  • 9) não aumentar a carga fiscal 
Compromissos que aumentam a despesa do Estado
  • 2) revogar os cortes no Complemento Solidário de Idosos 
  • 3) não despedir na função pública 
  • 11) reduzir para metade a taxa de abandono na escolaridade obrigatória 
  • 12) recusar o plafonamento das contribuições para a segurança social 
Compromissos que são pura e simplesmente incompatíveis com os anteriores
  • 13) procurar que, no quadro do Tratado Orçamental, o país chegue a um saldo estrutural de 0,5% do PIB.


O facto de este «programa» não ter sido até agora objecto de riso mostra até que ponto este assunto é sério.

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