13/03/2014

Pro memoria (164) – O défice estrutural de memória das luminárias nacionais (II)

Continuação daqui.

O manifesto dos notáveis 70 manifestantes que apelaram à reestruturação da dívida está repleto de contradições e implícitas confirmações do falhanço das políticas defendidas no passado pelos notáveis. É o reconhecimento da insustentabilidade do crescimento, mísero sublinhe-se, baseado nas obras públicas e no consumo privado, tudo financiando pela dívida pública e privada ao estrangeiro.

É também, como salientou João Miranda, «o reconhecimento por parte da elite cainesiana portuguesa de que a dívida prejudica o crescimento. Depois de andarem anos a dizer que não há crescimento sem défice e dívida agora dizem que com tanta dívida não pode haver crescimento. Levaram uns 10 ou 20 anos a perceber, mas finalmente perceberam os custos do endividamento».

Felizmente algumas vozes se fizeram ouvir denunciando os delírios, coexistindo nalguns casos com hipocrisia, dos notáveis 70 manifestantes que apelaram à reestruturação da dívida. Uma dessas vozes foi a de José Gomes Ferreira da SIC Notícias que escreveu a «Carta a uma Geração Errada» (*), uma peça tanto mais notável quanto saída de um membro da corporação jornalística pouco dada a exercícios de lucidez.

(*) Uma dica de FD

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