01/03/2014

Exemplos do costume (19) - A fábrica de presidenciáveis já começou a trabalhar (III)

O professor António Sampaio da Nóvoa, a última invenção do Dr. Mário Soares para ocupar o palácio de Belém, levou-se a sério e aproveita todas as oportunidades (e cria algumas) para mostrar a sua disponibilidade, coloca-se em bicos de pés para sobressair na já longa fila dos proto candidatos à presidência e titila carinhosamente as meninges da esquerdalhada tentando criar a «vaga de fundo».

Na sua última prestação, a pretexto da aceitação das «insígnias de reitor honorário» que lhe foram atribuídas pelo seu sucessor a pedido de várias famílias (como se nota, a fábrica de presidenciáveis ou, se preferirem, de pastéis de Belém, trabalha a todo o vapor), Sampaio da Nóvoa usou a paleta completa do ideário dos amanhãs que cantam.

Ele lá aviou o seu discurso: a crise como «instrumento de dominação», «recuperar a energia de Abril», a «guerra - sim, a guerra - contra as artes, humanidades e ciências sociais», a universidade «liberta das amarras». Discurso ouvido com devoção por uma assistência que incluiu a ala sampaísta do PS - Jorge Sampaio, Ferro Rodrigues e João Cravinho - que se junta assim aos soaristas e (talvez) aos socratistas, deixando o Tozé dependente da disposição de Guterres para se candidatar.

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