09/02/2014

O ruído do silêncio da gente honrada no PS é ensurdecedor (82) – Há Canalettos e há Mirós. E há Mirós e Mirós

Qual é a diferença entre a saída de Portugal e posterior venda pela Christie's há 9 anos da colecção Champalimaud com peças muito mais valiosas (Canaletto, Fragonard, etc., um grande etc.) do que os Mirós de um espanhol que os tinha dado como garantia ao BPN?

Várias. A venda da colecção Champalimaud foi pacificamente «autorizada pelo Instituto Português de Museus, com a justificação de que a sua exportação não podia ser evitada, uma vez que as peças são estrangeiras e foram compradas há menos de 50 anos» (Público, aqui recordado pelo Blasfémias), com um governo PS de Guterres, sendo Carrilho ministro da Cultura. A oposição de então ficou muda - por falta de instintos patrióticos deve ter achado tudo normal.

Diferentemente, a venda dos Mirós pelo governo PSD-CDS desencadeou uma onda de indignação dos mesmos outrora pacíficos, porque apesar de as peças serem estrangeiras e adquiridas por execução da dívida há menos de 50 anos a sua exportação neste caso teria que ser evitada a todo o custo por razões patrióticas.

E porquê? Porque não teve lugar logo após o processo se ter iniciado ainda na vigência de outro governo do PS – o segundo de José Sócrates – e porque, segundo confessou Teixeira dos Santos ao Expresso, nessa altura a venda era da competência da administração da Parvalorem que recebeu o lixo do BPN nacionalizado pela dupla Sócrates-Teixeira dos Santos por um custo que se aproxima perigosamente dos sete mil milhões de euros. Agora tudo mudou, como é evidente.

Parece quase a mesma coisa, mas não é. E a diferença é que de um lado encontramos por duas vezes a gente do PS e do outro encontramos a gente do PSD e do CDS. Faz toda a diferença.

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