14/02/2014

CASE STUDY: A atracção por Belém - a lista dos que não se excluem não pára de crescer (2)

[Continuação de (1)]

António Capucho, que há 3 meses não se excluía da lista dos putativos candidatos a Belém, ganhou balanço com a expulsão do PSD, baseada numa disposição dos estatutos de que ele próprio foi um dos subscritores há 18 anos, e garantiu hoje, com grande humildade, numa entrevista ao Público que tem «perfil para o lugar de Presidente da República». Não sei se ainda vai a tempo de se inscrever na pletórica lista de espera do Dr. Soares para ocupar o lugar-comum.

É mais um exemplo da teoria conspirativa que inventei há 10 anos: é mais barato e mais agradável ser presidente da República do que líder da oposição, que implica suportar a travessia do deserto do poder, aguentar uma cambada de potenciais traidores escondendo as navalhas da traição nas calças da pouca-vergonha e suportar uma infinita corja de medíocres ansiando por uma sinecura, tudo isto apenas mitigado pelo séquito de seguidores incondicionais, que vai minguando, na medida em que mingua a esperança do governo de serviço cair.

Nada disto é surpreendente. Fico apenas ligeiramente confundido com a sua acusação a Passos Coelho de ter transformado o PSD num partido com «vocação muito liberalizante e radicalmente conservador». Haja Deus! Se o PSD é um partido muito liberalizante eu sou a Lola Montès. Se este governo é conservador, o que será o Dr. Capucho que até hoje esteve contra todas as reformas, incluindo as mais tímidas, que este governo tentou adoptar?

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