Há cerca de um ano tive a seguinte dúvida:
O professor de economia Cavaco Silva, residente em Belém, que disse: «temos urgentemente de pôr cobro a esta espiral recessiva», é o mesmo professor de Economia que durante 5-anos-5 não viu urgência nenhuma em pôr cobro à espiral de bancarrota do Estado português que conduziu o governo de José Sócrates a pedir a intervenção da troika BCE-CE-FMI, da qual resultam as medidas de austeridade geradoras da recessão que o mesmo professor de economia classifica como «espiral»?
Um ano depois tenho uma dúvida semelhante. O professor de economia Cavaco Silva, residente em Belém, que disse o que disse, é o mesmo professor de Economia que agora disse o que se segue no Palácio de Queluz na apresentação de cumprimentos do corpo diplomático acreditado em Portugal?
«Este é um ano crucial para Portugal. Como sabem, em meados de 2014 o Programa de Assistência Económica e Financeira chegará ao fim. Apesar de estarmos ainda a alguns meses deste objectivo, existem razões que nos permitem acreditar que concluiremos este programa com sucesso. Será pois um momento decisivo para o nosso país.»
Mantenho assim, pouco mais ou menos, as dúvidas e também as certezas. «Os cidadãos deste país não devem ter memória curta e deixar branquear as responsabilidades destas elites merdosas que nos têm desgovernado e pretendem ressuscitar purificadas das suas asneiras, incompetências e cobardias.»
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