Não tenho em particular apreciação o comportamento ético de José Luís Arnaut, mas não é evidente existir um conflito de interesses na sua nomeação como consultor da Goldman Sachs, pelo facto de ter sido membro do governo de Santana Lopes há quase 10 anos ou de ser sócio de uma sociedade de advogados que assessorou operações de privatização.
Por isso, parece-me um tanto desproporcionado o rasgar de vestes do secretário nacional do PS António Galamba apontando o dedo à «mão, que é uma mão permanente e que permite concluir que há uma confusão entre a política e os negócios», depois de anos de silêncio dos dirigentes do PS perante a migração habitual de socialistas dos negócios públicos para os privados com negócios públicos – por exemplo o conhecido caso do estradista Jorge Coelho, durante uma década a peça chave no aparelho e na manobra política do PS, indigitado CEO da Mota-Engil, um dos construtores do regime.
Só faltava queixarem-se da nomeação, por concurso, de Álvaro Santos Pereira para a OCDE e de Vítor Gaspar, proposto pelos governos português e alemão, para o FMI. Já não falta.
E quanto à nomeação do rigorosíssimo e imparcialíssimo Constâncio, que opina essa tropa fandanga?...
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