Parece que as minhas dúvidas (aqui e aqui) foram escutadas mais uma vez. Desta vez alguém fez uma pergunta ao secretário de estado dos Transportes, ao que este, respondendo, aproveitou para informar que «havia contratos swap com juros implícitos de 30%.» Não será preciso um especialista em swap para perceber que com as taxas correntes nos últimos 5 anos converter uma taxa indexada, mesmo com um spread alto, numa taxa fixa de 30% significa embolsar pipas de massa nos primeiros anos para a seguir pagar pipas ainda maiores.
Evidentemente que a revelação destes actos de gestão danosa não impede que em nome dos seus autores se reincida até à exaustão na lengalenga dos emails e da spreadsheet enviados a Maria Luís Albuquerque. Pelo contrário, a contra-informação, servida pelo jornalismo de causas, irá redobrar de esforços para camuflar esses actos recorrendo ao spread shit.
Ocorre-me o exemplo de alguém que tendo esfaqueado uma criatura, abandonando-a a sangrar num beco, quando ela é encontrada pela polícia queixa-se que levaram muito tempo a chamar a ambulância e, por isso, ele não tem nada a ver com o caso e fica com o cadastro limpo.
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