Teoricamente, a minha experiência com o desemprego deveria ser considerável porque já estive uns 20 anos sem emprego - só com trabalho. Porém, como nunca recebi um módico de subsídio de desemprego, o meu conhecimento desse estatuto é muito limitado.
Evidentemente que haverá desempregados que procuram diligentemente trabalho, apenas eu não conheço nenhum. Que me lembre, nos últimos anos conheci o marido de uma porteira intermitentemente desempregado e empregado num estaminé de um familiar; conheci e conheço vários desempregados com acordos de despedimento que rezavam para não lhes aparecer um emprego antes de anteciparem a reforma; conheço outros que fogem do outplacement oferecido pela empresa e esperam até acabar o subsídio de desemprego; conheci e conheço outros, ainda sem reforma à vista nem outplacement, que fazem o mesmo.
E não sou só eu. O pequeno empreiteiro, por quem espero há meses para me fazer uns trabalhos, continua sem mãos a medir a trabalhar só com o sócio, porque todos os «profissionais» que conhece estão no desemprego e pedem exorbitâncias a pagar por fora para continuarem a receber o subsídio de desemprego.
Também Miguel Sousa Tavares, uma das luminárias favoritas do (Im)pertinências, citava há dias várias situações de restaurantes no Algarve que não tinham pessoal para fazer a rotação e tiveram de fechar alguns dias, outros que tinham estrangeiros a trabalhar porque não conseguiam portugueses, tudo isto numa região com um desemprego altíssimo.
Repito, para que não me façam o mesmo que o MST disse recear que lhe fizessem: haverá desempregados que procuram diligentemente trabalho, a culpa é minha que não conheço nenhum. Vou esforçar-me mais.
O meu empreiteiro também não tinha mãos a medir aqui e ainda por cima alguém lhe ofereceu bom dinheiro e ele foi para Angola!
ResponderEliminartina