Uma espécie de 2.º acto desta peça.
Esperava-se que o guião que há 3 meses Paulo Portas se prontificou a preparar para a reforma do Estado viesse um dia, mais tarde ou mais cedo, a ficar pronto. Ficámos agora a saber, segundo o Expresso, ter o «guião» sido transmutado em «argumentário político que dê sentido ao emagrecimento» e, de acordo com o ditado que o jornalista de causas escreveu, não será um programa de cortes é para «garantir que, apesar das restrições orçamentais, é possível ter um Estado eficiente sem perder equidade». Onde é que é já ouvi isto? Em vários sítios, várias vezes e há muitos anos.
Enquanto o inefável Portas vai com vagar destilando o seu «argumentário», o conselho de ministros está a serrar presunto neste santo domingo por causa do «braço de ferro» da nova taxa sobre as pensões.
Tudo isto parece bastante um número do Paulinho dedicado aos velhinhos e a colocar o rabinho de fora, perante a falta de firmeza de Passos Coelho, esgotado por tanta tergiversação, avanços, recuos e balões de sonda para apalpar o terreno, enquanto a marcha implacável do tempo lhe vai corroendo o módico apoio popular e reduzindo as alternativas.
Se fosse só para Porta brilhar nesse número, Passos Coelho bem poderia fazer como Guterres, e Portas como o outro inefável professor Marcelo, que coreografaram a performance da «Pena Máxima para a Colecta Mínima», aqui recordada, que limpou a face do segundo e safou o primeiro de um chumbo do orçamento. Por aqui se vê a falta que fazem os senadores no governo e na oposição.
Aditamento: Depois de muitos cozinhados, a nova taxa sobre as pensões foi aprovada pelo CDS como «opção de ultimo recurso» - querendo significar só se faz se não houver outra solução, o que todos sabem não costuma haver.
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