Confesso ainda antes de me condenarem pela falta de pachorra. Não vi, senão durante pouquíssimos minutos, a comunicação de Passos Coelho nem a performance de Portas. Simplesmente não se aguentam aqueles discursos, tons e body language. Aquela conversa de mestre-escola de PPC e aquele tom de chico-esperto de PP a fazer dos portugueses burros, estando no governo como se estivesse na oposição, sempre à procura da pose adequada para debitar demagogia e facturar popularidade.
Se o caso de PPC é um caso cada vez mais claro de não estar à altura do enorme desafio que tem para enfrentar, o caso de PP é o caso de um político inconfiável que já defendeu tudo e o seu contrário, sem uma visão para o país para além das suas ambições e do seu ego híper-expandido, que já foi eurocéptico e eurófilo, Paulinho das feiras e frequentador de salões, conservador e liberal, que já intrigou tudo quanto havia para intrigar, sempre a contar os votos dos velhinhos e das velhinhas, dos reformados e da lavoura e a piscar o olho àquele trupe do jornalismo de causas e sem causas, com poucos princípios e muitos fins.
Terão estes dois e a esta gente que os rodeia consciência do buraco sem fundo onde o país se encontra, enquanto eles assobiam para o lado, incapazes de conduzir o país a começar a sair dele? E não me digam que a oposição não apresenta alternativas, que fogem aos compromissos, que não em conta o interesse do país et patiti et patata. Pois claro que fazem isso tudo. E é por isso que são oposição, ou, melhor, parece ser isso que os portugueses esperam de uma oposição.
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