Se assumirmos que a dívida pública não cresce mais do que a inflação, é um cálculo muito simples: na equação 1,24 : [(1+t)^20] = 0,6, onde 1,24 = dívida pública em 2012 relação ao PIB, o valor da taxa de crescimento t é aproximadamente 4% (3,7%).
Se não nos esquecermos que nas últimas décadas a dívida pública cresceu quase sempre acima da inflação, os OE sempre registaram défices e o crescimento desde 2000 não atinge 4%, ficaremos com uma ideia um pouco mais precisa dos amanhãs que cantam. E se Passos Coelho tivesse tido isso em conta antes de uma campanha eleitoral com promessas impossíveis de cumprir, tal como não aumentar impostos, e tivesse ao contrário advertido das medidas duras impossíveis de evitar, teria hoje uma legitimidade que não tem. Ou seja, se tivesse feito algo parecido com o que o fez o governo sueco em resposta à crise dos anos 90, aqui relatado por Göran Persson e que se pode sintetizar em poucas linhas:
«The electorate must understand that drastic measures are required. A crisis program will hurt, and you will need a mandate from the voters if you are to succeed. This makes it difficult for an administration that is in power without such a mandate to take the lead. But it is a fantastic chance for the opposition, provided that there is broad awareness of the gravity of the situation. My party was elected in 1994 because we promised to carry out the harshest program with the deepest budget cuts and the sharpest tax increases.
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