François Hollande, aproveitando o élan bélico no Mali, defendeu na 3.ª feira passada no Parlamento Europeu uma extensão do mandato do Banco Central Europeu, actualmente limitado à política monetária e uma meta de inflação, para incluir também a política cambial porque o euro, segundo ele sobrevalorizado, não deve flutuar «ao sabor dos mercados» prejudicando a competitividade e as exportações.
No seu furor dirigista, Hollande está a confundir a nuvem com Juno. A valorização do euro não é “o” problema da Europa; “o” problema da Europa é a falta de competitividade. As desvalorizações competitivas que Hollande terá em mente teriam consequências a curto prazo nas exportações mas também no custo das importações, criando pressões inflacionistas que na ausência de reformas, que é o que Hollande quer evitar, teriam a longo prazo os efeitos que tiveram em Portugal as desvalorizações de 1979 e 1983.
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