Fomos muito injustos em relação a Nicolau Santos por ter sido «embarretado» pelo alegado professor doutor Artur Baptista da Silva, membro do PNUD e chefe de uma missão da ONU para montar em Portugal um Observatório dos países da Europa do sul em processos de ajustamento.
Como é que a pobre homem poderia não ser «embarretado» se o autointitulado professor doutor, além de trazer nas suas referências aqueles títulos, vinha credenciado pelo Grémio Literário, um olimpo da intelectualidade lusitana, e, cereja em cima do bolo, pela Academia do Bacalhau, e ainda, veio agora a saber-se, é membro da SEDES desde 1980 e é (ou foi) militante do PS, apoiante de Vítor Constâncio para secretário-geral em 1986, esteve no topo de uma lista nas eleições para a Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, em 1990, e chegou a ser escolhido para a comissão política da FAUL, e em 2008 parece ter integrado uma lista para a concelhia de Lisboa do PS. Com estas credenciais e a dizer o que Nicolau ansiava ouvir, como podia a criatura não ser «embarretada»?
Se Artur Baptista da Silva fosse militante do CDS ou do PSD ninguém se espantaria porque são partidos degenerados sem uma pinga de ética republicana.
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