«O discurso do "economês", que é hoje uma parte importante do discurso do poder, é uma espécie de marxismo pobre e rudimentar, que acredita a seu modo que a "infraestrutura" condiciona a "superestrutura", ou seja, que é a "economia" que determina a "política". Marx ainda falava da "acção recíproca" e, quando teve que defrontar a questão da arte e da literatura, ainda abriu caminho a uma autonomia complexa da "superestrutura", mas isso é muito complicado para mentes simples educadas por manuais escolares que estavam igualmente impregnados deste marxismo vulgar. Depois, com as modas mediáticas e os blogues, este marxismo vulgar virou uma vulgata liberal com muita facilidade.»
Não deixa de ser curioso que Pacheco Pereira neste artigo do Público não tenha concluído que o estado actual miserável da “infraestrutura”, a “economia”, se ficou a dever à “acção recíproca” entre essa “infraestrutura” e a “superestrutura”, a política para não ir mais longe. E, por isso, pode ser uma boa solução mitigar a “acção recíproca” da “superestrutura”, sobre a “infraestrutura” concedendo a esta “uma autonomia complexa”. Talvez seja uma conclusão demasiado simples para mentes complicadas.
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