George Propovopoulos, o presidente do banco central grego, bem como os seus vice-governadores, abdicaram de 30% do salário como demonstração de solidariedade. Propovopoulos já tinha decidido reduzir o salário em 20% em 2009, o qual ficou agora em 7.716 euros mensais.
Poderá dizer-se que isso não resolve objectivamente nada. Pois não. Mas ajuda muito subjectivamente, sobretudo no caso dos gregos que, como os portugueses, estão sempre com um olho no burro e outro no cigano e qualquer sinal de incoerência é logo pretexto para seguir os maus exemplos - então? eu sou parvo, ou quê?
Então e nós por cá? Victor Constâncio vencia 250 mil euros por ano e o actual governador tem um salário de mais de 210 mil euros por ano, ainda assim 70 mil euros acima de Bernie Bernanke, o presidente da Reserva Federal americana e mais de 2 vezes o salário do seu homólogo grego.
Poderá dizer-se que sem salários adequados não se conseguem competências adequadas. Poder pode, mas neste caso concreto só serve para mistificar. Recorde-se que o ministro anexo Constâncio andou anos a dormir sobre o seu magnificente salário na supervisão do BPN e BPP e se olhou para o BCP foi para abrir as portas ao assalto do clã socrático que se trasladou da Caixa para o BCP. Recorde-se ainda que a criatura por alturas da adesão ao euro antecipou para Portugal na Zona Euro um futuro tão radioso no que respeita à balança externa quanto o do Mississipi nos EU. Como era previsível ficou tão longe da verdade quanto a baixa lisboeta da baixa de Jackson.
Quanto ao actual governador, parece estar a anos-luz de Constâncio, mas não tenho a certeza de que isso seja um grande elogio. Em qualquer caso, as responsabilidades do governador de um banco que não tem nenhum papel na política monetária num país com a população do Michigan e 1/3 do seu tamanho quanto muito davam-lhe um lugar de assistente do board do FED.
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