30/10/2012

Pro memoria (77) – O défice de memória da classe política

Em complemento das retrospectivas publicadas recentemente no (Im)pertinências, nomeadamente:
aproveito-me do levantamento de Rui Ramos no Expresso de 27-10-2012 para compor o retrato de uma classe política que nos parasita com o nosso implícito consentimento:
  • O Governo adotou «uma política financeira puramente restritiva (...), conduzida (...) em termos de uma pura gestão contabilística, sem explicação capaz e politicamente mobilizadora à Assembleia e ao país e até com alguma sobranceria perante os próprios deputados da maioria, comportando-se, aliás, o Governo como mero administrador delegado do FMI.» (Documento «Cem Dias: Quais Medidas?» do CDS, em setembro de 1983, a atacar o governo PS-PSD).
  • «A prática governativa tem-se limitado a restringir a procura terna»; «para salvar as finanças do Estado está-se a matar a economia»; «o Governo nada fez para estimular a produção.» (idem)
  •  «Austeridade sim, mas a começar e com prioridade na despesa pública»; «se continuar a politica que tem seguido, este Governo virá a ser responsável pela maior crise moderna das classes médias portuguesas». (idem)
  • «A filosofia do atual Governo vai no sentido de que importa respeitar os mecanismos da economia de mercado e que é vantajoso, tanto quanto possível, liberalizar a economia portuguesa, lutando contra as peias burocráticas e contra os excessos do dirigismo estatal». (Mário Soares, em abril de 1984, no Diário de Noticias)
  • «A obstinação do ministro das finanças (Manuela Ferreira Leite, quem diria...) em cumprir o défice já apontada como causa portante das dificuldades que o país atravessa» (editorial do Expresso de 13-09-2003)
«LEMA: Os cidadãos deste país não devem ter memória curta e deixar branquear as responsabilidades destas elites merdosas que nos têm desgovernado e pretendem ressuscitar purificadas das suas asneiras, incompetências e cobardias.»

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