24/09/2012

Tanto barulho para quase nada

Qual o efeito das alterações da TSU (aumento da taxa dos empregados de 11% para 18% e redução da dos empregadores de 23,75% para 18%)?

Segundo o governo serão criados 50 mil empregos. Segundo o estudo «Emprego e TSU: O impacto no emprego das alterações nas contribuições dos trabalhadores e das empresas» de Luís Aguiar-Conraria e outros economistas das universidades de Coimbra e do Minho, serão na melhor hipótese criados mil empregos e na pior perdidos 68 mil.

Não conheço o estudo do governo. Do outro estudo só fiz uma leitura superficial e, não sendo uma matéria familiar, só posso dizer que algumas das premissas me parecem pouco aderentes à realidade do mercado de trabalho em Portugal.

O que se pode concluir da disparidade das estimativas, para além do óbvio de dependerem das respectivas premissas? Quando se tem em conta os 4,7 milhões da população empregada no final de Junho, a disparidade é pouco significativa e as estimativas de criar 50 mil ou perder 68 mil empregos caiem no intervalo relativamente apertado [-1,45%, +1,06%].

Nesta altura, não resisto a citar o outro contribuinte do (Im)pertinências: «durante os 6 anos de «crescimento», nome com que o PS costuma designar a folia do endividamento, perderam-se 229,8 mil empregos em vez dos 150 mil prometidos recuperar só no 1.º governo». E a concluir que, face a este intervalo com amplitude de 370 mil empregos, o outro com 118 mil são amendoins. Tanto barulho para quase nada.

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