Por um lado, o bispo aposentado de Setúbal quer um governo de iniciativa presidencial (onde é que eu já ouvi isto?) e junta a sua à voz do outro bispo, não sei se aposentado, das forças armadas, o tal que acusa o primeiro-ministro de «vilania», «insensibilidade» e «insensatez».
Por outro, é a Associação dos Praças que «repudia veementemente estas políticas que estão a ser seguidas pois contradizem tudo o que jurámos defender, se necessário com o sacrifício da própria vida!» e exorta o primeiro-ministro a demitir-se e a emigrar.
É certo que o general Garcia dos Santos nos tenta tranquilizar dizendo que «não estamos na altura [para que] as forças armadas tomem uma posição fora daquilo que é o seu estatuto [considerando que] não pode haver neste momento outro 25 de Abril». Se o general nos tenta tranquilizar, não será porque deveríamos estar intranquilos, ao sabermos que os tropas que fugiram como ratos das ex-colónias deixando-as à mercê de lutas tribais que se prolongaram por décadas estão dispostos a morrer para defender os seus direitos adquiridos? E o que fazem os comunistas por trás das associações de praças e de sargentos?
Lá teremos que convocar uma maninfestação para defender a sociedade civil e o estado laico. Apesar de tudo, estou confiante que não vamos voltar ao PREC porque desta vez sucumbiríamos à fome – afinal o PREC só foi possível porque os restos do salazarismo sob a forma de reservas do Banco de Portugal deram para pagar mais de um ano de importações.
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