Começo por dizer que tenho António Capucho em boa conta. É um sujeito educado, parece ser íntegro, desempenhou com diligência competente os cargos que ocupou, incluindo o de presidente da câmara de Cascais, é de boas famílias e tem imenso pedigree, diferentemente de Passos Coelho que não parece possuir estes 2 últimos atributos e, por quem, não necessariamente por isso, Capucho parece partilhar com o cavaquismo desprezo e insatisfação bastante evidentes.
Na entrevista do ionline, onde esses sentimentos ressaltam, Capucho defendeu a demissão de Passos Coelho em qualquer das 3 alternativas que aponta: governo apoiado pela UGT e os parceiros sociais e com a abstenção do PS; governo de «salvação nacional» e dissolução do parlamento.
Não vou comentar o disparate da «salvação nacional» que deve ser uma obsessão freudiana do cavaquismo, apesar de o próprio se ter afirmado na política contra ele – mas nessa altura não era presidente da República. Sublinho apenas que não me lembro de Capucho ter quebrado o silêncio prudente durante os 6 anos de governos chefiados por um dos políticos com menos escrúpulos que Portugal já teve, governos que arruinaram o país, sem que isso aparentemente lhe tivesse tirado o sono.
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