08/09/2012

Conversas em família. Marcelo Caetano, regressa que estás perdoado.

O professor Adriano Moreira, talvez o nosso político socialista mais antigo, tem um talento inigualável para produzir redondilhas de antologia, como estas citadas pelo Público, demonstrativas de um pensamente original, a propósito da crise, da austeridade and all that jazz, que, como todos sabemos, nos caiu em cima, vinda sabe-se lá de onde, sem o venerável professor se ter dado conta:

«O país está a sofrer uma tal carga fiscal e uma carga fiscal em que eu sei as razões que o Governo dá, penso que os sacrifícios devem ser feitos, mas o ministério tem que ser realmente das Finanças, não pode ser do Orçamento e o ministério é principalmente ministério do Orçamento.»

«O ministério do Orçamento aquilo com que está preocupado é com a dívida, a dívida soberana, o pagamento da dívida soberana. Mas as consequências na economia real, que não pode ser ignorada por qualquer intervenção financeira, essas consequências na vida real que nós podemos prever são extremamente inquietantes.»

«E uma das coisas que qualquer Governo precisa de assumir é que ele é responsável pelo programa que assina e pelo imprevisível e imprevisto.»

Deixo para o fim o sound bite mais inspirado: «A fome não é um dever constitucional».

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