Chegado ao fim das Olimpíadas debato-me com uma dúvida: quem devemos culpar por só conseguirmos uma medalhita? A primeira resposta óbvia seria o culpado supletivo: a Alemanha. Pus de parte, porque só ganhou 44 e deixou muitas para os outros ganharem.
Depois procurei nos 10 primeiros mas, com excepção da Hungria, todos têm populações maiores ou mesmo muito maiores do que Portugal e, portanto, só fazem a sua obrigação. A Hungria tem ligeiramente menos índios do que nós e, por isso, ao ganhar 17 medalhas, está claramente a tirar-nos medalhas que deveriam ser nossas. É um bom candidato a culpado.
Contudo, o caso mais escandaloso é aquela caganita de gaivota ao largo da Venezuela, com pouco mais de 1 milhão de aborígenes, numa área do tamanho do distrito de Setúbal, que já deveria ter sido anexada pelo coronel Chávez e viver sob o seu regime socialista. Sim, estou a falar de Trinidad e Tobago. Com as suas 4 medalhas, 1 de outro e 3 de bronze, apossou-se pelo menos de uma nossa - a de ouro evidentemente. É muita ousadia para quem já nos roubou em 2001 o Nobel da Literatura atribuído a V. S. Naipaul, que seria por direito de António Lobo Antunes que se arrisca a morrer de desgosto se não o receber.
Não é justo.
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