21/07/2012

¿Por qué no te callas? (11) – Convicção ou conveniência?

O que terá levado o professor Cavaco Silva a dizer numa entrevista ao Sol quase tudo diferente, e nalguns casos o contrário, do que tem dito nos últimos tempos? O que o terá levado a suspender a representação do papel de «provedor dos mais fracos, o provedor das angústias e das aspirações dos portugueses», de defensor da «agenda do crescimento»?

O que o terá levado a rejeitar a procrastinação do ajustamento orçamental? A defender o crescimento assente nas exportações e nas empresas privadas, a recusar o crescimento fundado no investimento público, a explicar que o seu discurso da «equidade horizontal» tinha sido na sua «qualidade de professor catedrático de Economia Pública»?

Sem querer ser pobre e mal agradecido ou fazer como Zorrinho que se queixa da doença e do remédio, saúdo este novo discurso do presidente, mas aos meus botões digo baixinho: acredito pouco em conversões e receio que se trate de um ajustamento táctico antecipando o que ele talvez veja como os prováveis resultados a prazo das políticas do governo.

Aproveito para registar a abordagem lúcida, realista e politicamente sustentada da questão das eurobonds que recomendaria ao líder do PS para estudar atentamente, evitando assim dizer as patetices habituais a respeito da mutualização da dívida. Ao lança-chamas não valerá a pena recomendar nada porque é um caso irremediável de esquerdismo senil.

1 comentário:

  1. O que terá levado o professor Cavaco Silva a dizer numa entrevista ao Sol quase tudo diferente, e nalguns casos o contrário ?
    Talvez a razão esteja por aqui:

    Consórcio de Luís Montez compra Pavilhão Atlântico por 21,2 milhões de euros ( http://www.publico.pt/Local/consorcio-de-luis-montez-compra-pavilhao-atlantico-por-212-milhoes-de-euros-1556482)

    Quem sabe?

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