Chegámos à crise baptizada de subprime nos EU essencialmente depois de uma década de taxas de juro artificialmente baixas pela intervenção do FED para espevitar a economia. Essas taxas artificialmente baixas, em conjunto com dinheiro abundante proveniente da poupança chinesa tornaram o crédito artificialmente barato e ainda mais abundante pela alavancagem por instrumentos financeiros criados por aprendizes de feiticeiro. O resultado já conhecido foram as bolhas dos mercados imobiliário e de capitais que começaram a estoirar em 2007.
Nos PIIGS, o mesmo mecanismo de taxas de juro artificialmente baixas, resultante da entrada numa zona monetária artificial com taxas de juro fixadas por um banco central que seriam talvez adequadas para os outros países, mas certamente não para os PIIGS, criou as condições para a bolha de endividamento público e, consoante os países, também privado. Essa bolha estoirou, talvez precocemente, por contaminação da crise americana. Ainda bem, porque, se não fora isso, teríamos continuado o mesmo caminho e estaríamos hoje com uma dívida ainda maior.
Face a situações de desaceleração do crescimento nuns casos, ou de recessão noutros, resultantes da contracção das economias subsequente ao rebentar das bolhas criadas substancialmente pelas políticas seguidas por um banco central, num caso, e noutro caso pela própria existência de um banco central tornada necessária pela criação de uma zona monetária subóptima, o que se propõem fazer esses dois bancos centrais acolitados pelos bancos centrais britânico e chinês (este último possivelmente só a marcar presença)? Mais do mesmo, ou seja continuar a descida das taxas directoras e apimentar essa medida com quantitative easing, um termo convenientemente confuso que designa a compra de activos financeiros pelo banco central com dinheiro electrónico - um equivalente moderno a pôr as impressoras a trabalhar para fazer notas.
Ainda não saímos de uma e já estamos a trabalhar para criar a próxima. Vai acabar mal.
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