Estória
Segundo estimativas do banco central grego, a evasão fiscal em 2010 terá sido equivalente a cerca de um terço da receita fiscal e seria suficiente para anular o défice desse ano.
Numa entrevista ao Guardian, Christine Lagarde disse a propósito da situação grega:
«As far as Athens is concerned, I also think about all those people who are trying to escape tax all the time. … I think of them equally. And I think they should also help themselves collectively. By all paying their tax.»
Num universo paralelo não infectado pela doutrina do politicamente correcto pretendendo irresponsabilizar pela infantilização as vítimas de desgraças autoinfligidas, as declarações de Lagarde seriam recebidas com um bocejo de indiferença. No mundo real os sound bites de indignação teatral fizeram-se logo ouvir, desde Venizelos do PASOK (uma espécie de Tozé grego) a Tsipras (uma espécie de tele-evangelista grego) do Syriza, ao porta-voz de Hollande.
Por razões desconhecidas, a esquerda doméstica ainda está a ruminar o assunto e ainda não ouvi reacções.
Moral
Lagarde deveria ter respeitado o princípio de Kahn (*) e, em lugar do que disse, dizer: «As far as Athens is concerned, I also think about all those people who are trying to escape bananas all the time. … I think of them equally. And I think they should also help themselves collectively. By all eating bananas.»
(*)
Alfred Kahn, um dos assessores económicos do presidente Carter, foi por este repreendido por ter-se referido publicamente em 1978 a uma possível depressão da economia americana. Na sua intervenção seguinte, Alfred Kahn disse que «we're in danger of having the worst banana in 45 years».
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