À primeira vista parece um paradoxo.
Um coronel, em nome de uma associação de militares, cuja maioria há 3 décadas preconizou uma «democracia» terceiro-mundista tutelada pela tropa, sentenciou que «a linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril» e por isso a tropa não iria comparecer às comemorações oficiais.
Mário Soares e Manuel Alegre há 3 décadas opuseram-se com sucesso à tropa que pretendia perpetuar a tutela. Mais recentemente foram cúmplices pelas palavras e pelo silêncio com as políticas que ao arruinaram do país lhe fizeram perder a soberania para a troika governar em nome do eixo Paris-Bruxelas-Berlim. Agora, solidarizaram-se com a tropa decretando que o «governo não está em linha com os ideais do 25 de Abril», governo que como se sabe saiu de eleições livres.
À segunda vista, tudo faz sentido. Uns e outros consideram-se proprietários do 25 de Abril. São os novos situacionistas.
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