14/02/2012

Uma Caixa de Pandora

Compensando a fraqueza do sistema doméstico de justiça e a sua contaminação pelos interesses, a «justiça» dos mercados, apesar de tardar, geralmente não falta e é praticamente cega.

Toda aquela gente da conversa fiada dos centros de decisão nacionais já vendeu, está em vias de vender ou tem pena de não ter vendido ou de não conseguir vir a vender. Os arranjinhos que se fizeram com a Caixa estão a desfazer-se. Dois exemplos: o Sr. Berardo com o BCP e o Sr. Fino com a Cimpor acabaram ambos a perder centenas de milhões e a Caixa, que patrocinou os negócios, com mais de mil milhões de imparidades – por estas e por outras.

Vem agora o novo presidente José de Matos, caído de pára-quedas do remanso do BdeP, reconhecer que a Caixa tem de concentrar-se «estritamente na actividade bancária … e vai ser um banco sem actividade não bancária». Aplaudo e pergunto: se o prosseguimento pela Caixa do que é chamado «interesse estratégico do Estado» tem sido o que se sabe, confundindo esse interesse com os «interesses» e roçando por vezes o foro criminal, e se agora a Caixa vai ser como os outros bancos para que precisamos de uma Caixa?

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