Recorda-nos este artigo do médico Joaquim Sá Couto (que um dia, nas muitas voltas da vida, tive oportunidade de conhecer), que «Portugal é um dos países com maior consumo de medicamentos do mundo. Gastamos 10% acima da média da OCDE e 40% acima de países como a Dinamarca, que tem um sistema de saúde exemplar.» Um outro indício de desperdício são as «150.000 operações às cataratas/ano … um rácio que é o dobro doutros países desenvolvidos».
O que podemos concluir? Se a eficácia do SNS é discutível, a sua eficiência é preocupantemente baixa, ou, dito de outra maneira, os seus resultados são medíocres (vejam-se os tempos de espera intermináveis para intervenções cirúrgicas) e o custo desses resultados medíocres é demasiado alto. Seria, pois, possível fazer muito melhor com o mesmo dinheiro ou fazer o mesmo com muito menos dinheiro. É esta 2.ª opção aquela a que estamos condenados por força da situação de insolvência em que 3 décadas de estado sucial gerido incompetentemente nos colocaram.
É fácil de dizer, mas difícil de fazer e creio que nem mesmo o ministro Paulo Macedo, que como director geral do fisco mostrou uma eficácia notável a remontar a máquina de extorsão fiscal, conseguirá desmontar a máquina dos lóbis médico, da indústria farmacêutica e das farmácias e alterar a expectativa dos direitos adquiridos, incrustada nas meninges dos milhões que esperam que o estado sucial lhes trate da saúde e alimentada por 2 ou 3 gerações de políticos oportunistas e incompetentes.
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