Falou-se, escreveu-se e protestou-se muito pela nomeação de um quinteto de apparatchiks para a administração da Águas de Portugal.
Falou-se, escreveu-se e ainda não se protestou pelas mais de 400 sinecuras disponíveis nas administrações das mais de 3 dezenas de filhas da Águas de Portugal que gerem os sistemas municipais. Segundo as contas do DN, esta máquina de torrar dinheiro custará mais de 8 milhões de euros por ano.
Para se perceber as ineficiências que explicam a monstruosidade do estado sucial lusitano, a Águas de Portugal é um bom exemplo. Aos quase 5 mil empregados e mais de 400 administradores é preciso acrescentar centenas de serviços municipalizados que distribuem a água e fazem o saneamento (recolha e tratamento de lixos e resíduos, etc.) com muitos milhares de trabalhadores. Só o SMAS (apenas distribuição de água nos concelhos de Amadora e Oeiras) com apenas 185 mil clientes tem 412 trabalhadores.
Se tomarmos como benchmarking a Thames Water, que distribui água e presta serviços de saneamento na área metropolitana da grande Londres a 14 milhões de clientes, tem apenas 4.500 empregados e imagino que terá meia dúzia de administradores.
É por isso que não é possível pagar salários pelos padrões europeus a gestores e trabalhadores que cumprem padrões africanos.
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