Há dias, o líder do PS indignou-se com as nomeações para o conselho geral da EDP, que segundo ele seriam uma «apropriação por parte das clientelas dos partidos do governo». Esqueceu-se que, mesmo que tivesse razão, falta-lhe a moral que perdeu pelo seu silêncio durante 11 anos de governos socialistas.
Se acreditarmos no desmentido de Vasco de Mello como porta-voz dos accionistas, AJS nem terá razão ao atribuir a apropriação às clientelas dos partidos do governo. Talvez, em vez disso, devesse falar da tentativa dos accionistas de empresas em «áreas importantes da nossa economia» de se apropriarem do governo e dos partidos que o apoiam, nomeando pessoas da sua confiança que aparentemente têm ouvidos que os escutam no governo e/ou nos partidos.
A indignação prosseguiu com as nomeações para a administração da Águas de Portugal que incluem dois notórios apparatchiks sem quaisquer competências que os qualifiquem o lugar: Manuel Frexes, PSD, presidente da Câmara do Fundão que deve 7,5 milhões de euros e reclama créditos de 40 milhões à empresa que vai administrar, e Álvaro Castello-Branco, CDS, vice-presidente da Câmara do Porto. Aparte o facto de o PS continuar a não ter moral para estas indignações, a verdade é que neste caso se trata de uma indignação com causa.
Em conclusão, um (-) na caderneta do governo e dois (-) na caderneta da ministra das pastas, Assunção Cristas.
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