Estória
Era uma vez um Mário Soares. No PREC bateu-se contra a tropa golpista, a versão doméstica da ditadura do proletariado e os esquerdismos. Nos idos dos anos 80 defendeu a intervenção do FMI para salvar as finanças públicas da falência e viu as paredes do país borradas com o seu nome ao lado do FMI.
Agora assina um manifesto em conjunto com os últimos abencerragens do socialismo, refrescados com JS e bloquistas arrependidos. O manifesto propõe-se «combater a crise» com «a mobilização dos cidadãos de esquerda que se revêem na justiça social e no aprofundamento democrático» (isto é, uma minoria de menos de 1/3 dos cidadãos) e dá como exemplo a «rua árabe». O manifesto propõe um velho rumo a que chama «Um Novo Rumo» e apela à «participação política e cívica dos cidadãos... e... (à) construção de um novo paradigma».
Não se espere deste novo paradigma a ajuda para aumentar a produtividade, retomar o crescimento, tornar a economia competitiva, aumentar as exportações, pagar as dívidas, equilibrar as contas públicas e a balança de transacções correntes. Na verdade, nem mesmo para tratar da parte política da doença: responsabilizar os políticos pelas suas acções e perante os eleitos, diminuir a corrupção e o clientelismo. Tudo indica ser o novo paradigma parecido com o velho - o mesmo que nos trouxe até aqui, com a grande ajuda do doutor Soares .
Moral
A sabedoria não decorre necessariamente da idade. A única coisa que decorre necessariamente da idade são as artroses.
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