07/11/2011

ESTADO DE SÍTIO: Crisis? What crisis? (3)

Crise, austeridade, sacrifício, sofrimento, brutal, cruel, apertar o cinto, duro(a)(eza), injusto, injustiça, são palavras que, juntas ou separadas, nos últimos meses preenchem as «notícias», os comentários, as opiniões, as análises, nos jornais, nas televisões, nos blogues., com verbos conjugados no passado ou no presente.

Vejamos mais de perto. Aparte os desempregados, cujo número não tem parado de aumentar, quantos dos (ainda) com um emprego tiveram até agora uma redução significativa dos seus rendimentos? Zero, niente, nil, rien, nein. Então porquê tantos se queixam, ou melhor a esquerdalhada e o jornalismo de causas se queixam em nome desses supostos tantos?

Porquê então cai o consumo, as famílias têm deixado de amortizar os seus empréstimos, as férias têm sido cá dentro e todo esse cortejo de «sacrifícios», se os rendimentos da maior parte das famílias (ainda) não baixaram e os impostos (ainda) não aumentaram? É o crédito, senhores. É o crédito que se evaporou deixando por tapar os buracos entre o rendimento disponível e as despesas. E os anúncios, senhores. Os anúncios dos amanhãs que choram, em substituição dos anúncios dos amanhãs que cantariam do supremo mistificador. É deprimente? Tomemos Prozac e vivamos dentro das nossas posses.

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