Não me vou repetir em relação à volubilidade do professor doutor Freitas do Amaral. Remeto apenas para um de vários posts onde abordei as consequências políticas dessa faceta da persona do insigne. Vou tão somente registar o alastramento dessa volubilidade ao domínio jurídico, facto até para mim, que já espero quase tudo, espantoso. Muito mais espantoso do que a sua eventual adesão ao Partido Comunista ou ao Bloco de Esquerda, algo bastante mais trivial.
Pensava, na minha ingenuidade, não sendo o Conselho Europeu eleito isso não transformava a União Europeia numa ditadura. Também pensava, não obstante o protagonismo do casal Merkosy, inconveniente e criador de entropia no processo decisório, continuarem a ser cumpridas as regras de decisão das instituições da União. Imaginava igualmente que o casal não substituiria as instâncias próprias, nomeadamente o Conselho Europeu e para as questões monetárias o Euro Grupo e o BCE, que decidem por unanimidade ou maioria qualificada. Admitia até serem os membros desses órgãos uns bananas e uns paus-mandados, mas nem mesmo assim via a União como uma ditadura.
Pensava, imaginava e admitia, mas mal. O insigne veio iluminar a minha ignorância. Afinal o «ser híbrido a que chamam ‘Merkozy' … é capaz de ser imperialismo, hegemonia, colonialismo, protectorado, mas o que temos é uma ditadura de dois chefes de estado ou de governo a mandar em dezenas de países». Compreendo e louvo esta fortíssima sensibilidade democrática e imagino o sofrimento do insigne no cumprimento do seu mandato como procurador à Câmara Corporativa - não o blogue com esse nome dos peões do socratismo, mas verdadeira e genuína Câmara criada pelo professor doutor Oliveira Salazar.
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