O PS prepara-se para votar contra uma medida que parece ser indispensável para cumprir os objectivos orçamentais assinados pelo seu governo, depois de 6 anos de embriaguez orçamental da sua inteira responsabilidade.
Apesar de não ter aprovado praticamente nenhuma das medidas concretas de redução da despesa pública previstas no MoU, o governo PSD cria duas estruturas de acompanhamento da execução do MoU: uma comissão parlamentar comandada por um dos co-responsáveis pelo estado das finanças públicas (Vieira da Silva) e uma equipa governamental (ESAME). No total é mais de uma centena de técnicos e políticos a acompanhar o que não está (ainda?) a ser executado.
Ao mesmo tempo que não executa (ainda?) o MoU, o governo começa a guarnecer a sua central de manipulação com jornalistas de causas e bloguistas amigos (ver exemplos citados pelo Abrupto aqui). Provavelmente não chegará aos calcanhares da excelência da central socialista, mas poderá ser mais por falta de competência do que falta de vontade.
Uma ideia da excelência alcançada pela central socrática de manipulação é-nos dada, mesmo em pleno recuo das posições no governo e seus apêndices, pela capacidade de inventar e explorar sem escrúpulos num perfeito sincronismo entre as câmaras de eco na mídia e os restos do aparelho socrático, a estória do «desvio colossal» que afinal era «o trabalho que o Governo vai ter que fazer para recuperar o desvio que existe quanto as metas orçamentais que estavam previstas é colossal». É paradoxal que para repor a verdade falsificada pela central socrática o governo tenha tido que recorrer a um canal público que diz pretender privatizar (ver vídeo aqui)
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