Secção Musgo Viscoso
O Pertinente no seu último Lost in translation apontou o dedo acusador a Santos Ferreira pela sua revelação tardia sobre as consequências do que andou a fazer nos últimos 6 anos, primeiro na Caixa e depois no BCP, emprestando dinheiro ao governo.
Para sermos justos e rigorosos temos que colocar na fotografia pelo menos mais 3 criaturas, a saber: Ricardo Salgado (o banqueiro do regime), Fernando Ulrich (o enfant terrible - diz os que os crescidos deixam para ele dizer) e Faria de Oliveira (diz aquilo que não pode deixar de dizer).
E porquê temos de fazer este retrato de família? Ora, porque não é só Tavares Moreira, eu também «não me recordo de uma posição destas dos bancos nos últimos anos, em especial nos últimos 6 em que eles foram especialmente pródigos em conceder crédito ao Estado, enchendo os seus balanços com “toneladas” de dívida pública, crédito a empresas públicas e a parcerias público-privadas... Houve mesmo alguns que ainda não há muito tempo elogiaram publicamente a política de grandes obras públicas, dizendo que era benéfica para o desenvolvimento do País – e que, a ter continuidade, teria levado o Estado a endividar-se ainda mais pesadamente junto da banca...».
E agora queixam-se da troika, como faz o enfant terrible, que lhes vai espiolhar as carteiras de crédito infestadas de mal-parado disfarçado e concluir ser preciso provisioná-lo. E não há dinheiro para capitalizar os bancos, nem mesmo dividendos suficientes para os accionistas pagarem as suas dívidas. Como aqui conclui Pedro Santos Guerreiro, «a banca … está agora em negação. Vai ter de perder dinheiro. Vai ter de tirar as pequenas e médias empresas do espremedor. Vai ter de deixar de achar que a troika é idiota.»
Por tudo isto, debita-se ao quarteto um total de 15 chateaubriands, por ainda não terem percebido a força dos factos ou em alternativa 16 pilatos por terem percebido bem demais, e 13 bourbons por terem esquecido muito e aprendido pouco. Tudo a distribuir proporcionalmente ao mal-parado.
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