«Há que saber se Portugal tomou uma decisão de renunciar definitivamente à construção da alta velocidade ou se adia a decisão de construir a alta velocidade» considerou o ministro do Fomento espanhol, perante a decisão do governo português suspender o investimento no TGV.
Perante o ziguezague dos sucessivos governos portugueses, percebe-se perfeitamente a dúvida que assalta o ministro espanhol. No lugar deste governo, eu responderia que a decisão de suspender do lado português o trajecto Lisboa-Madrid teria resultado da decisão do lado espanhol de suspender a partir de 1 de Julho os trajectos que ligam Toledo, Cuenca e Albacete por só terem 9 dos 2.190 passageiros previstos por dia.
A propósito dos 2.181 passageiros em falta, recorde-se que o professor Avelino de Jesus disse disse há uns tempos à Comissão de Obras Públicas que os estudos do TGV estavam «empolados» no que respeita às previsões de passageiros porque «os consultores dizem o que as pessoas que fazem a encomenda querem ouvir». Tendes aqui um oportuno exemplo.
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