Um dos propósitos das manobras dilatórias de José Sócrates era arrastar-se sem bailout até ao Conselho Europeu de 25 de Março onde supostamente seria criado (e foi) o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). O MEE, esperava ele, viria a comprar abundantemente dívida pública no mercado primário a taxas de juros para amigos em troca das suas promessas envelopadas em PECs.
Erro dele, má fortuna. O MEE só funcionará a partir de 2013, em qualquer caso muito para além do adiamento possível da insolvência portuguesa, e, pior do que tudo, os empréstimos do MEE terão preferência no reembolso e obrigarão os Estados devedores a incluir nas novas emissões de dívida a colocar nos mercados uma cláusula que obrigará os investidores a participarem na eventual reestruturação da dívida incluindo haircut, perdão e/ou redução de juros, e o mais que for necessário. Imagine-se a que preços irão ser colocadas estas emissões e que yield irão ter.
Além disso, o acesso ao MEE terá como condição a adopção de programas de consolidação orçamental que farão inveja ao FMI.
Pior a emenda do que o soneto.
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