Uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) detectou que o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) pagou à CapGemini, Accenture e Deloitte, 3 empresas privadas (este adjectivo é muito importante) de consultoria mais de 21 milhões de euros para montarem unidades de serviços partilhados que nunca chegaram a funcionar eficazmente. Segundo o relatório do TC, isso deve à «falta de conhecimento do SUCH e dos parceiros privados sobre as idiossincrasias do sector público da saúde».
Sem prejuízo da séria possibilidade das consultoras se terem aproveitado da nabice do SUCH, sabendo-se que a estratégia organizacional dos serviços partilhados teve sucesso assinalável em quase todos os grupos em que foi adoptada (nalguns casos por aquelas consultoras), com reduções dramáticas dos custos, talvez o TC deve focar-se nas «idiossincrasias do sector público da saúde» como causa de insucesso. E a ser assim, talvez eu devesse atribuir-lhe um chateaubriand.
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