«A raiz do problema reside na fraca rentabilidade do capital, que não estando alinhada com a norma europeia, afasta os investimentos produtivos, tanto nacionais como estrangeiros.
Aquela rentabilidade há muito que é inferior à praticada no seio da União Europeia e tem vindo a decair, como se pode ver na tabela junta; era menos de metade (cerca de 45%) da média da zona euro em 1998-2001 e passou para 31% em 2002-2005 e 30% em 2206-2009. Enquanto na Europa, no período imediatamente antes do euro, a taxa de retorno líquida depois dos impostos era de 7,4%, em Portugal ficava-se apenas em 3,3%. Nos seis anos seguintes aquela taxa passou para 9,0% na zona euro e 2,7% em Portugal.
A taxa de remuneração do capital não pode sofrer grandes discrepâncias sob pena de desertificar as economias com fracas rendibilidades. Apesar da persistência de entraves de monta a mobilidade do capital é um facto que veio para ficar.
A procura de IDE nestas condições é inglória - algum que se consegue é a custo de privilégios fiscais e outros, de peso incomportável.»
[Reformas estruturais: do politicamente impossível ao economicamente inevitável, Avelino de Jesus no Jornal de Negócios]
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