Segundo a mitologia socrática, o défice de 2009, que começou por ser estimado em 2,7% e foi sucessivamente aumentado até atingir 9,3%, teria sido agravado devido às «medidas anti-crise» tomadas pelo governo. É mais uma mentira descarada que não deixa de o ser pelo facto de ter sido avalizada pelos pastorinhos da economia dos amanhãs que cantam, como os baptizou o Impertinente - veja-se, por exemplo, aqui a desmontagem da treta de Nicolau Santos a este respeito.
Se dúvidas houvesse, a publicação do parecer do Tribunal de Contas vem confirmar que do agravamento do défice de 2009 apenas 22,4% se ficaram a dever às ajudas anti-crise. Mas o pior de tudo é que mais de 60% dessas ajudas foram para torrar inglória e inutilmente no BPN e no BPP e apenas 1% para apoiar o emprego.
A única explicação para estas mentiras descaradas terem vencimento junto da opinião pública é a mediocridade e dependência doutrinária e/ou de tenças governamentais dos nossos fazedores de opinião. É mais um exemplo do trilema de Žižek.
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