Com a preciosa ajuda da falta de rumo e dos ziguezagues de navegação de Passos Coelho, a clique socrática e os restos do cavaquismo estão a conseguir atrelar o PSD à carroça da estratégia do PS, que a respeito do orçamento é a mesma de Belém. É preciso aguentar o mais possível e não fazer ondas para os mercados não fecharem a carteira para financiar o défice crescente e o professor Cavaco obter tranquilamente uma prorrogação de 5 anos da sua estadia em Belém.
O argumento dizível baseia-se na suposição que da não aprovação do orçamento resultaria a catástrofe. Eu não sei como os mercados reagiriam a tal facto, mas se os factos do passado forem um indicador dos factos do futuro, a não aprovação do orçamento de 2010 ao obrigar a aplicar o regime de duodécimos seria a melhor garantia da contenção da despesa. Na verdade, «da leitura dos mais de 60 boletins de execução orçamental publicados desde que José Sócrates se tornou primeiro-ministro, em Março de 2005 ... (observa-se que) a despesa do Estado cresceu sempre», sendo o melhor resultado quando vigorou o regime de duodécimos entre Janeiro e Abril deste ano.
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