Um estudo recente da McKinsey, cobrindo o período 1985-2009, torna evidente a sobreavaliação sistemática das previsões de rentabilidade das acções pelos analistas financeiros as quais foram em média o dobro das rentabilidades reais. Curiosamente, as previsões dos analistas parecem as do engenheiro Sócrates: são imunes à conjuntura, em particular à recessão, e constituem exercícios de optimismo delirante.
Em contrapartida, os rácios PER (price-to-earning), que relacionam a cotação com o ganho da acção (valorização mais dividendo) e reflectem a apreciação dos mercados, têm sido 25% inferiores aos rácios implícitos nas previsões dos analistas. É natural. As cotações são o resultado de incontáveis decisões de investidores que arriscam o seu dinheiro (ou parte dele, no caso de quem gere carteiras de terceiros) e as previsões são decisões de analistas arriscando apenas a sua reputação umas vezes não cotada e outras não valendo nada.
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