27/09/2010

CASE STUDY: António Champalimaud revolve-se na tumba (2)

aqui referi o que está a ser feito com 500 milhões de euros (só restam 470 milhões) ou 73% da quota disponível da herança da António Champalimaud para a criação de uma fundação que deveria ter «por objecto e finalidade o desenvolvimento da actividade de pesquisa científica no campo da medicina».

Nessa altura estimei o investimento total em edifícios e equipamentos em muitas dezenas de milhões de euros. Enganei-me. Serão 100 milhões, segundo o Expresso, ou 20% do legado. Não está claro se é a totalidade ou apenas os edifícios. O resto dos 500 milhões será torrado em menos duma geração para pagar os 400 investigadores (versão do Expresso) ou os 500 investigadores e 100 físicos (versão do New York Times) e pelo menos 300 administrativos (segundo uma aplicação prudente da lei de Parkinson) que irão alojar-se no mausoléu à beira rio, ao ritmo de 25 até 50 milhões de salários por ano (dependendo da versão do número de ocupantes). O mausoléu foi desenhado por Charles Correa e está a ser acabado à força de trabalho extraordinário (mais uns milhões torrados) para ser inaugurado no 100.º aniversário da república  por José Sócrates (who else?).

Eu percebo a felicidade da doutora Beleza e percebo o êxtase das luminárias que ela associou ao centro, mas (talvez por isso) prevejo que este venha a ser um paradigma do desperdício de recursos em que somos exímios.

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