Segundo Robert Barro, um macroeconomista clássico, professor em Harvard, o aumento da duração do subsídio de desemprego de 26 para 99 semanas, decidido pela administração Obama, é o responsável pelo aumento da taxa de desemprego que chegou ao máximo de 10,1% em Outubro de 2009. Actualmente está em 9,5% e na estimativa de Barro poderia ser 6,8% se o limite de 26 semanas se tivesse mantido, ceteris paribus. Para essa estimativa, Barro compara o comportamento do desemprego e da criação de emprego na crise actual com os das crises anteriores, em que a duração máxima do subsídio era de 26 semanas, e conclui ter resultado da medida tomada a proporção mais elevada do desemprego de maior duração na crise actual.
Algum efeito relevante o aumento da duração do subsídio terá tido, mas Barro não considera outro factor que terá reduzido a flexibilidade do mercado de trabalho comparativamente com as crises anteriores. Por uma infeliz coincidência, muito frequente nestas coisas esotéricas da economia, esse factor é uma consequência dos mesmos mecanismos que contribuíram para o desencadear da crise. Esse factor é a redução da mobilidade geográfica tradicional no mercado de trabalho americano, resultante da generalização da habitação própria tornada possível pela torrente de crédito facilitado pelas Government-sponsored enterprises (GSE), como Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) e Freddy Mac (Federal Home Loan Mortgage Corporation). Por sua vez, essa torrente de crédito fácil e barato foi alimentada pelo excesso de liquidez proveniente da economia chinesa e uma política de taxas de juro baixas do FED visando mitigar os riscos de recessão e de aumento do desemprego, desemprego que acabou por disparar devido à medicina para o evitar.
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