João Marques de Almeida defende que os governos não devem enganar os povos, como faz o governo de José Sócrates, para não ir mais longe. Contudo, realista, concede que os portugueses «não querem ouvir verdades que incomodem e sobretudo que os obriguem a mudar de vida. Preferem as mentiras ilusórias às verdades duras.» Só posso concordar com as duas premissas.
Conclui ser «triste, no caso português, … mais de três décadas de democracia não (terem) construído laços de confiança política entre os cidadãos e o poder político. E somos todos culpados.» Quanto a ser triste, posso partilhar essa tristeza, se não tiver outro remédio. Quanto a ser culpado, mais devagar. Posso ser culpado de muita coisa, mas não de recusar ouvir as verdades e mudar de vida. Gasto horas da minha vida, sem ao menos beneficiar de um subsídio, de uma humilde tença, a espalhar a dúvida metódica, a estragar digestões e consensos.
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